O pensamento de Paulo Emílio

Finalmente, as novas gerações terão contato com os escritos de Paulo Emílio Sales Gomes, crítico de cinema, professor, agitador cultural, e uma das figuras mais marcantes do século 20, com a republicação de seus principais textos publicados na imprensa, especialmente, entre 1941 e 1970. A nova publicação, com a organização do professor da ECA/USP e seu ex ex-aluno, Carlos Augusto Calil, “O Cinema no Século” (Companhia das Letras), resgata para os dias atuais um registro precioso da história do cinema e seus grandes mitos. Publicados em grande parte no jornal “O Estado de São Paulo”, os textos de Paulo Emílio não se dirigiu somente ao cinema brasileiro, do qual o crítico contribuiu de várias maneiras, como a criação da ECA/SUP e seu curso de cinema, mas se dedicou à própria história do cinema mundial e os filmes de seus grandes mestres, como Orson Welles, Fellini, Jean Renoir, Charles Chaplin, entre outros.

Os textos publicados é uma aula magna da história do cinema, e da manifestação da linguagem cinematográfica como referência para questões artísticas e políticas que atormentavam o mundo em sua época. Paulo Emílio tinha interesse em todo tipo de cinema, especialmente, o brasileiro, o qual defendia ideologicamente. Analisou profundamente o cinema americano, especialmente Orson Welles, o cinema italiano de Fellini, Rossellini e De Sica, a nouvelle vague francesa e seus autores, o cinema japonês, espanhol, inglês, alemão, entre outros. São mais de 600 páginas de análises de filmes, não como crítica rápida de jornal, mas uma investigação profunda da própria existência do cinema e sua linguagem específica como expressão artística.

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