Gramado, vitrine latina

O Festival de Gramado vem cumprindo, como nenhum outro festival brasileiro, o papel de ponte entre o cinema hispano-americano e o cinema brasileiro. Com sua Mostra Latina e o prêmio Kikito de Cristal, destinado a uma personalidade cinematográfica da América Latina, joga luz sobre o cinema de nossos vizinhos. Dois atores premiados em Gramado – o argentino Jean-Pierre Noher, de “Um Amor de Borges”, e o uruguaio Cesar Troncoso, de “O Banheiro do Papa” – tornaram-se crédito garantido em filmes e telenovelas brasileiros. Agora, um nome feminino inicia promissora carreira por aqui: a atriz (e cineasta) uruguaia Verónica Perrota. Ela codirige o longa “Las Toninas Van al Este”, pelo qual ganhou, por seu excelente desempenho, o Kikito de melhor atriz latina. No mês seguinte (outubro), conquistou, no Festival do Rio, o Redentor de melhor coadjuvante por “Mulher do Pai”, primeiro longa da realizadora gaúcha Cristiane Oliveira.

Dois outros atores que causaram sensação em Gramado merecem espaço nos créditos de nossos filmes, telenovelas ou séries. Caso do paraguaio Emílio Barreto, notável protagonista de “Guarany”, papel que lhe rendeu o Kikito de melhor intérprete latino. O outro é o costarriquenho Leynar Gómez, que passou por Gramado com “Presos”, um drama penitenciário cheio de energia. Leynar ainda não chamou atenção de nenhum produtor brasileiro, mas atraiu atenção do carioca (radicado nos EUA) José Padilha, que o convocou para contracenar com Wagner Moura na segunda temporada da série internacional “Narcos”. Em breve, o Brasil verá outra grande estrela argentina – Soledad Villamil (do oscarizado “O Segredo dos seus Olhos”) – num filme brasileiro: “Meu Mundo Não Cabe nos seus Olhos”, do gaúcho Paulo Nascimento. Só que a grande atriz, também cantora, ainda não passou por Gramado.

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