“Aquarius” vence Mostra Gemas no mais antigo festival da América Latina

O filme brasileiro “Aquarius”, de Kleber Mendonça, visto no circuito comercial brasileiro por quase 400 mil espectadores (e já disponível em DVD), foi o grande vencedor da Mostra GEMAS do 57º Festival Internacional de Cinema de Cartagena de Indias, no Caribe colombiano.

A cidade, uma das mais antigas da América Latina, famosa por seu centro histórico fortificado, orgulha-se por abrigar “o mais antigo festival das Américas”. Para termos de comparação: o festival mais antigo do Brasil, o de Brasília, realizará, este ano, sua edição número 50.

O prêmio atribuído a “Aquarius” rendeu ao filme US$ 50 mil, que serão investidos em seu lançamento no país latino-americano. Para fazer jus a esta quantia, o longa-metragem brasileiro derrotou nove “gemas” (grandes filmes), produções de peso no mercado artístico mundial (os franceses “Elle”, de Paul Verhoeven, “Rester Vertical”, de Alain Giraudie, o filipino “The Woman Who Left”, de Lav Diaz, o estadunidense-francês “Eu Não Sou seu Negro”, de Raul Peck, o italiano “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi, o chinês “Ta’ang”, de Wang Bing, o russo “Austerlitz”, de Serguei Loznitsa, o romeno “Câini”, de Bodgan Rose Mirica, e o búlgaro “Bezbog”, de Ralitza Petrova.

A mostra GEMAS é uma espécie de “festival dos festivais”, ou seja, uma seleção de filmes que brilharam no mundo inteiro e, reunidos em Cartagena, em secção especial, são oferecidos à fruição do público e colocados em disputa de prêmio em dinheiro. A quantia deve, obrigatoriamente, ser aplicada na distribuição do filme premiado na Colômbia.

Na área das produções mais recentes, o Festival de Cartagena promove duas grandes competições: uma de cinema ibero-americano (vencida pelo boliviano “Veijo Calavera”,  de Kiro Russo, como melhor ficção, e “Ejercícios de Memoria”, da paraguaia Paz Encina, como melhor documentário) e outra de cinema colombiano. Nesta categoria, o premiado foi “Adiós Entusiasmo”, de Vladimir Durán. A Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema) premiou o chilenos “El Cristo Ciego”, de Christopher Murray. O Prêmio do Público coube ao longa documental colombiano “Amazonas”, de Clare Weiskopf e Nicolas Van Hemelryck. Por ter sido o escolhido pelo júri popular, o filme fez jus ao Prêmio Egeda (Organismo Ibero-Americano de Direitos Autorais) no valor de 25 milhões de pesos.

 

Por Maria do Rosário Caetano

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