No Intenso Agora

No Intenso Agora, documentário escrito e dirigido por João Moreira Salles, que estreia dia 31 de agosto no Brasil, teve seu lançamento mundial na Berlinale 2017 – Festival Internacional de Cinema Berlim e foi considerado pela Variety como uma das dez melhores produções exibidas no evento. O filme tem montagem de Eduardo Escorel e Laís Lifschitz e pesquisa de imagem de Antonio Venâncio. A produção executiva é de Maria Carlota Bruno e a trilha sonora é de Rodrigo Leão. A VideoFilmes assina a produção e distribuição.

O longa foi exibido na prestigiosa Masters Section do Festival Internacional de Documentários de Tel Aviv (DocAviv Film Festival, 11-20 de maio), em Israel. Em abril, conquistou três prêmios no Cinéma Du Réel – Festival Internacional de Documentários, na França: melhor trilha (Rodrigo Leitão) e melhor filme pela Scam (Sociedade civil dos autores multimídia) e pelo júri das bibliotecas. João já tinha conquistado o prêmio de melhor documentário no mesmo festival com Santiago, em 2007. O documentário também foi apresentado no BAFICI – Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, e no Festival É Tudo Verdade, e foi convidado a participar de mais de 20 festivais internacionais.

No Intenso Agora é narrado em primeira pessoa e reflete sobre o que revelam quatro conjuntos de imagens da década de 1960: os registros da revolta estudantil francesa, em maio de 68; os vídeos feitos por amadores durante a invasão da Checoslováquia, em agosto do mesmo ano, quando as forças lideradas pela União Soviética puseram fim à Primavera de Praga; as filmagens do enterro de estudantes, operários e policiais mortos durante os eventos de 68 nas cidades de Paris, Lyon, Praga e Rio de Janeiro; e as cenas que uma turista – a mãe do diretor – filmou na China em 1966, ano em que se implantou no país a Grande Revolução Cultural Proletária.

O documentário busca uma reflexão sobre a natureza das imagens históricas. Quem as filma, por que as filma, como as filma? Haveria diferença entre registros realizados em regimes políticos diferentes? O que o arquivo revela de si mesmo sem que o espectador precise recorrer ao contexto histórico? Que tipo de imagem nasce do medo, do enlevo, do risco, da urgência, da alegria? A reflexão se estende ao cinema documental surgido naquele período, quando estudantes e professores trocaram a aridez teórica da sala de aula pela ação militante da rua.

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