Walachai

Walachai, em alemão antigo, significa lugar longínquo, perdido no tempo. Outros povoados de nomes singulares como Jamerthal, Batatenthal, Padre Eterno e Frankenthal, são comunidades rurais de origem alemã no Sul do Brasil, que têm uma dinâmica própria e ainda vivem distantes do mundo globalizado.

Walachai está localizada a 70 km de Porto Alegre e nada lembra o movimento, as cores e os sons de uma cidade grande. A diretora Rejane Zilles apresenta ao espectador do documentário Walachai a vida de moradores de costumes e dinâmicas peculiares, opostos aos da vida urbana tão próxima.

Nestas comunidades rurais isoladas, vivem descendentes de imigrantes alemães que falam um antigo dialeto da região do Hunsrück, hoje raro na Alemanha. No entanto, esta é a primeira língua de quem nasce no Walachai. Passada de modo oral de geração para geração, não teve atualização de linguagem e continua sofrendo inserções de palavras criadas pelos moradores. Muitos desconhecem a língua portuguesa e, até mesmo, as próprias raízes europeias.

O filme parte do projeto de continuidade de O Livro de Walachai, curta-metragem também dirigido pela diretora, que nasceu e viveu na região até os nove anos de idade. O curta retratou a peculiar trajetória do professor e agricultor Benno Wendling,  que registrou a estória de Walachai num livro todo escrito à mão.

Atriz, diretora e produtora, Rejane Zilles nasceu e viveu sua primeira infância nesta comunidade de 400 habitantes, e como a maioria das crianças do lugar aprendeu a falar português apenas aos sete anos de idade, quando ingressou na escola. Hoje mora no Rio de Janeiro, mas ainda fala o dialeto local e mantém laços familiares na comunidade, o que lhe permitiu uma abordagem especial e única do assunto, e resultou em seu primeiro longa.

Walachai estreia no dia 24 de maio nos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas (SP), Curitiba, Maringá (PR) e Porto Alegre.

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