Prêmio Almanaque: Cao Hamburger

O Prêmio Almanaque desta edição vai para o cineasta Cao Hamburger, por sua paixão pelo audiovisual dedicado ao público infanto-juvenil. Seu mais recente trabalho, a série “Pedro e Bianca”, da TV Cultura, conquistou, recentemente, o Emmy Kids. Prêmio merecidíssimo. A trajetória do cineasta, filho de intelectuais uspianos, é das mais dignas. Começou fazendo curtas e encantou o país com “Frankenstein Punk”, animação de bonecos de massinha realizada em parceria com Eliane Fonseca. Estreou no longa com “Castelo Rá-Tim-Bum” (1999), versão fílmica de outra série da TV Cultura, na qual fora peça-chave. O filme vendeu quase um milhão de ingressos. Nunca é demais lembrar que esta série colocara a TV Cultura em seu ponto máximo de audiência – 12 pontos, um fenômeno! Depois, Hamburger dirigiu o tocante “O Ano em que meus Pais Saíram de Férias” (2006), um dos nove pré-indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Em 2012, lançou “Xingu”, épico sobre os irmãos Villas-Boas (Orlando, Cláudio e Leonardo), que depois virou microssérie na TV Globo. O cineasta nunca deixou de mirar crianças e jovens. Fato – registre-se – raríssimo em nossa cinematografia. Aqui, todos (contam-se nos dedos as exceções!) querem fazer filmes para adultos. Raros são os que tentam entender por que a Disney e outras poderosas máquinas audiovisuais “fazem a cabeça” da meninada, educando-a à fruição de um tipo determinado de filme. Depois, não há cinematografia off-Hollywood que consiga sensibilizar seu público interno para suas produções adultas (diz o ditado: é de pequenino que se torce o pepino). “Pedro e Bianca” (interpretados por Giovanni Galo e Heslaine Vieira) dá nome a uma série que mostra dois irmãos gêmeos bivitelinos (ele branco, ela negra), pré-adolescentes, vivendo problemas cotidianos na escola, em casa, nas ruas. Gorete Milagres faz a mãe dos gêmeos e Thogum, o pai.

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