Série, que estreia na TV Brasil, revive as expedições de Burle Marx

Com direção de João Vargas e produção da Camisa Listrada e Atelier de Cinema, a série documental Expedições Burle Marx estreia na TV Brasil nesta quarta, dia 9 de abril, às 23h. Dividida em quatro episódios de 26 minutos, a série mostra o trabalho e o legado de Roberto Burle Marx para o paisagismo contemporâneo de um ponto de vista inusitado. Os episódios vão ao ar nas quartas, dias 9, 16, 23 e 30 de abril, às 23h, com reprises aos sábados às 22h.

A produção percorreu vários pontos do Brasil com o objetivo de reviver as viagens realizadas há mais de três décadas por Burle Marx. Na época, ele e sua equipe de arquitetos, botânicos e paisagistas partiam em busca de amostras de plantas com potencial ornamental, que pudessem ser utilizadas em jardins e parques do Brasil.

Os episódios Coleção, Paisagista, Botânico e Ambientalista mostram o Sítio Roberto Burle Marx, em Barra de Guaratiba (RJ), que abriga uma das maiores coleções de plantas vivas do planeta, o processo de criação de Burle Marx e algumas de suas obras mais importantes, suas descobertas botânicas e sua preocupação com a preservação do meio ambiente, da flora e fauna brasileiras.

Entre os locais revisitados na série, estão Angra dos Reis, Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro; Pedra Azul, Grão Mogol, Diamantina e Serra do Cipó, em Minas Gerais; Pancas, no Espírito Santo; além de Miranda, Bonito e Bodoquena, no Pantanal, e Presidente Figueiredo, na Amazônia.

A história é conduzida pelos arquitetos e paisagistas, José Tabacow e Oscar Bressane, que participaram das excursões originais.

Os documentários reúnem ainda fotos das excursões e imagens em Super 8 e Vídeo 8 feitas por Tabacow e pelo colega Haruyoshi Ono. Ambos começaram a trabalhar no escritório de Burle Marx em 1968, como estagiários. Tabacow se tornou diretor do Sítio Roberto Burle Marx após sua morte e Haru ficou responsável pelo escritório Burle Marx & Cia.

A série ajuda a compreender como Burle Marx transformava os espaços em um conjunto de sensações físicas e sensoriais; como ele se expressava através das mais variadas composições de cores, volumes, texturas, caminhos, luz e sombra; toda a pesquisa por traz da arquitetura paisagística, bem como seu lado imponderável.

Segundo a paisagista Fátima Gomes, 52 espécies de plantas foram descobertas pelas expedições de Burle Marx. Algumas levam o nome do explorador, como a Pitcairnia burle-marxii (um tipo de Bromélia), a Ctenanthe burle-marxii (conhecida como Maranta-zebrada) e a Heliconia burle-marxii (um tipo de Heliconia). Durante toda sua carreira, o paisagista organizava expedições, sempre que possível, para ampliar seu conhecimento e buscar novas espécies para sua coleção, iniciada aos sete anos de idade.

Burle Marx também foi pintor, escultor, cantor, mas o objetivo do diretor João Vargas foi mostrar o lado paisagista do artista, que o tornou reconhecido mundialmente.

Foi em 1949, que Burle Marx adquiriu o sítio de 365 mil m², em Barra de Guaratiba, no Rio, uma propriedade que abriga uma das mais importantes coleções de plantas tropicais e semitropicais do mundo. Tombada pelo IPHAN, possui cerca de 3.500 espécies, entre as quais, exemplares únicos das famílias Araceae, Bromeliaceae, Cycadaceae, Heliconiaceae, Marantaceae, Palmae e Velloziaceae.

Burle Marx realizou mais de dois mil projetos paisagísticos no Brasil, como o Parque do Flamengo e o calçadão de Copacabana, no Rio; os jardins do Palácio do Itamaraty, em Brasília, e da Pampulha, em Belo Horizonte; e o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. No exterior, criou o Parque Generalisimo Francisco de Miranda em Caracas (Venezuela); os jardins da Embaixada do Brasil em Washington, D.C. (EUA) e o Parque Kuala Lumpur, na Malásia, entre outros. Faleceu no próprio sítio, em 4 de junho de 1994, com 84 anos de idade.

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