Anima Mundi reúne mais de 400 títulos de nações e culturas diversas

Ano após ano, mais de cem mil espectadores entram em contato com as novidades do mundo da animação nas sessões de cinema, oficinas gratuitas, workshops e encontros promovidos pelo Anima Mundi, segundo maior evento internacional do setor. Para a 22ª edição, o festival recebeu a inscrição de nada menos que 1.928 filmes, um recorde absoluto. Depois de criteriosa seleção, chegaram às 418 obras que serão exibidas no Rio de Janeiro (25 de julho a 3 de agosto) e em São Paulo (6 a 10 de agosto).

Toda a programação do Anima Mundi é mantida fora das salas de cinema, com os Papos Animados (encontros com animadores convidados de todo o mundo), Master Classes, performances, os debates do Anima Fórum e o Estúdio Aberto (série de oficinas gratuitas de técnicas como Desenho Animado, Massinha [stop-motion], Areia, Pixilation, Animação em Película e Zootrópio).

A programação visual da edição 2014 é assinada pelo brasileiro Ennio Torresan, convidado especial da edição passada, quando veio ao festival dividir a experiência nos mais de 20 anos trabalhando com storyboards fora do Brasil. Ele é o atual diretor do departamento de histórias da DreamWorks, onde trabalhou em filmes como “Madagascar”, “Kung Fu Panda” e “Turbo”.

Os filmes são divididos em sessões não-competitivas (Futuro Animador, Animador em Curso, Panorama, Olho Neles. Longas Panorama) e competitivas (Galeria, Portifolio, Longas-Metragens, Curtas-Metragens, Curtas Infantis), em que são avaliados por um Júri Profissional e também pelo Júri Popular.

Os mais de 400 títulos representam nações e culturas diversas de lugares como França (63 filmes), Alemanha (20), Holanda (13), Coreia do Sul (8), Israel (12), Rússia (5), Repúblicha Tcheca (4), Estados Unidos (29) e Estônia (5). Venezuela, Ucrânia, Tunísia, Taiwan, Turquia, Irã, Singapura, Croácia, El Salvador, Eslováquia, Austrália e Índia também terão seus representantes na tela do festival.

A produção nacional – que amargou décadas de estagnação e falta de incentivos, mas deu a volta por cima nos últimos anos – lidera a lista com 109 filmes e seis coproduções de 13 estados brasileiros. Uma boa amostra da alta produtividade atual é a inclusão de quatro longas lançados em 2013 na mostra Panorama: “Até que a Sbornia nos Separe”, de Otto Guerra, “História Antes de uma História”, de Wilson Lazaretti, “Minhocas”, de Paolo Conti, e “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu.

O Anima Mundi também receberá uma série de convidados especiais que contarão sua experiência nos Papos Animados (abertos para o público em geral) e nas Master Classes e mesas do Anima Fórum (com inscrição prévia para público iniciado). Entre os convidados do ano, está o americano Chris Landreth – vencedor do Oscar de Melhor Curta de Animação em 2011 por “Ryan” e que chamou a atenção na edição passada do Anima Mundi com o divertido curta “Subconscious Password”. O veterano Robert Balser, um dos diretores de “Yellow Submarine”, também virá para falar do clássico filme animado dos Beatles, que terá ainda uma exibição de sua cópia restaurada no festival.

O suíço Frederic Guillaume vem falar de sua trajetória e vai representar seu país de origem, homenageado em uma mostra especial com uma retrospectiva do cinema de animação suíço, enquanto o premiado Eric Goldberg dividirá com o público sua longa experiência nos estúdios Disney. Apontado como um dos grandes nomes da chamada segunda era de ouro da produtora, ele participou de filmes como “Pocahontas”(diretor), “Aladdin” (animando o famoso gênio), “A Bela e a Fera” e “Fantasia 2000”.

Sucesso na edição 2011 do Anima Mundi, Miwa Matreyek mostrará uma nova performance (“This World Made Itself”), mesclando os conceitos de animação, teatro e artes visuais. Ela apresentará sua performance diariamente e com entrada franca na Fundição Progresso. O representante brasileiro desta lista é o paulistano Céu D’Ellia, ilustrador, animador e diretor de animação, cujo currículo inclui trabalhos para grandes estúdios internacionais.

O Anima Forum dá continuidade a seus debates e Master Classes repletos de novidades e discussões sobre o futuro e o mercado de animação. Responsável por uma série de feitos, como incentivar editais, fomentar a produção brasileira e armar parcerias, o Forum acontecerá novamente no Rio, na Fundição Progresso, de 29 de julho a 1 de agosto (terça a sexta).

“A Cauda Longa do Curta” é o tema da primeira mesa, sobre a importância do curta-metragem. Em uma época que a animação nacional para projetos de séries e longas ganhou força, o curta – importante laboratório e espaço de experimentação e desenvolvimento de novos profissionais – vem perdendo incentivo. Já o segundo e o terceiro dia serão dedicados a projetos de parceria entre países para a produção de conteúdo animado.

A mesa Integração Latino-americana vai reunir representantes de festivais e produtores latinos para estudar a viabilidade de futuras coproduções, enquanto o terceiro dia será dedicado a apresentar o projeto SEA, que reuniu animadores brasileiros, japoneses e dinamarqueses para um workshop na Dinamarca no ano passado. O objetivo era desenvolver uma rede de artistas conceituais que possa atingir a mídia dos três continentes envolvidos com novas ideias de universos e narrativas

A mesa Animação e Games coloca os jogos eletrônicos no centro da discussão. Os games também serão tema de uma mostra especial no festival. O Anima Forum 2014 será encerrado por uma palestra de Eric Goldberg sobre a animação na Disney de hoje. As inscrições para o Anima Forum devem ser feitas através do site www.animamundi.com.br.

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